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Projeto cultural de intercâmbio internacional, Jogos de Encruzilhada, apresenta mostra de processo no Teatro Aliança Francesa

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Jogos de Encruzilhada – Tempo, deslocamento e expansão
Crédito: Noelia Nájera

Com o cruzamento das linguagens do teatro, da dança e da ópera (música), o projeto de residência artística Jogos de Encruzilhada – Tempo, deslocamento e expansão, busca experienciar os dois territórios – Brasil e França -, através de memórias transmitidas não só pela oralidade, mas também pelo corpo. O processo de pesquisa que resultará em um espetáculo foi idealizado pelas artistas Manu Figueiredo, Mariame Damba e Nila Clara. O público poderá assistir à mostra de processo – com cenas do futuro espetáculo -, que será apresentada no dia 06 de setembro, quarta-feira, às 20h, no Teatro Aliança Francesa, com entrada gratuita. Também haverá uma mesa de discussão sobre o trabalho no dia 09 de setembro, sábado, às 17h, no Bar A Ribeira (Alameda Ribeiro da Silva, 909).

O espetáculo conta com gestualidades inspiradas em danças de países como a Guiné Conakri, a Martinica e o Senegal – antigas colônias francesas -, e do Brasil, com a dança dos Orixás. O coletivo composto por uma atriz, uma bailarina e uma cantora de ópera investiga, nesse processo criativo, formas de cruzamento de linguagens e pontos de encontro estéticos e culturais para gerar um espetáculo que fale de intimidade, mas também sobre a possibilidade de recontar uma narrativa a partir da encruzilhada.

Segundo Manu Figueiredo, a apresentação traz trechos do espetáculo final em um formato que pretende criar um diálogo com o público. “Vamos abrir o processo na forma de um espetáculo ainda não acabado. Um rascunho piloto, com exibição de cenas que construímos em três semanas de trabalho  e que foram resultado da nossa criação até aqui”, conta a artista.

A ideia surgiu a partir das pesquisas do jogo e da brincadeira como processo criativo de Manu Figueiredo, de novas metodologias criativas decoloniais afro-amazônicas de Nila Clara e foi somada posteriormente à de Mariame Damba, que trabalha em torno das danças da África e suas diásporas, ancestralidade e cura. Assim, as artistas buscam expandir a significação da história e como ela atravessa cada corpo que vive constantemente sendo olhado pelo sistema colonial. 

Durante a residência, cenas foram escritas, coreografias criadas e músicas compostas a fim de desenvolverem um roteiro que futuramente desembocará em um espetáculo. A segunda parte da residência acontecerá no Rio de Janeiro e ainda em outubro e novembro, as artistas darão continuidade ao trabalho em Paris.

O projeto  conta com o olhar externo e procação de Ivy Souza e foi contemplado com a Bolsa Funarte / Aliança Francesa em parceria com Chaillot – Théâtre National de la Danse (Paris), da MC2: Grenoble – Maison de la Culture (Grenoble) e das Alianças Francesas no Brasil em parceria com a Fundação Nacional de Artes/FUNARTE e com apoio do Institut français (Paris). 

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Patrícia Marrese

Patrícia Marrese é formada em Relações Públicas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e certificada em Ballet Clássico. É mestre em Comunicação e Cultura pela Université Côte d’Azur, na França.