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Cia. Sansacroma retorna a São Paulo para novas apresentações do espetáculo “Carvão” no Centro Cultural São Paulo e na Fábrica de Cultura Jardim São Luís

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“Carvão” é uma coreografia-manifesto que investiga as narrativas do amor negro como ato político, filosófico e ancestral, atravessado por violências históricas e persistentes. Obra foi indicada ao Prêmio APCA do primeiro semestre em duas categorias, assim como ao Prêmio Arcanjo 2025

Carvão, da Cia.Sansacroma. Crédito: Sergio Fernandes

Após uma estreia com sucesso de público no Sesc Consolação, além de passar pelo Centro Cultural Olido e circular por Diadema, Piracicaba e São Carlos, a Cia. Sansacroma se prepara para mais uma temporada do espetáculo “Carvão” na capital paulista. De 13 a 16 de novembro, quinta a sábado, às 20h e domingo, às 19h, na Sala Jardel Filho, do Centro Cultural São Paulo e nos dias 18 e 19 de novembro, terça, às 19h e quarta, às 15h, na Fábrica de Cultura Jardim São Luís.

“Carvão” é uma coreografia-manifesto que investiga as narrativas do amor negro como ato político, filosófico e ancestral, atravessado por violências históricas e persistentes. 

Inspirado nos pensamentos da autora bell hooks, o espetáculo entende o amor não como romantização, mas sim, como uma prática de liberdade. Amar, para corpos negros, é um gesto radical de resistência à desumanização e uma recusa ativa às lógicas coloniais que tentam romper e apagar os laços afetivos e comunitários.

A obra parte da simbologia do carvão, aquilo que foi queimado, mas não destruído; uma matéria que resiste e permanece viva. Por meio dos movimentos de cinco intérpretes criadores em cena e da performance musical eletrônica ao vivo, o espetáculo constrói um território de afetos forjados entre cicatrizes e renascimentos.

“O carvão carrega em sua matéria a memória do fogo e a potência da permanência. É uma ruína que sustenta. É o corpo que, mesmo marcado, continua a produzir calor. O amor negro é esse carvão: forjado nas chamas do racismo, mas ainda assim, uma brasa viva que alimenta futuros possíveis”, comenta Gal Martins, diretora artística da Cia. Sansacroma.

Renato Nogueira, referência em estudos sobre afetos, diversidade, ancestralidade e pensamento crítico, nos lembra que o corpo negro é tempo de travessia, e que a ancestralidade pulsa como horizonte e origem. Em “Carvão”, o tempo se dobra e a coreografia se constrói sobre camadas de memória, onde o amor é rito de cura, de reinvenção e de insubmissão.

Os corpos em cena carregam a densidade das marcas do racismo, do que foi atravessado e a leveza de um afeto que insiste. A água, elemento cênico que dialoga com a densidade do carvão, representa o fluxo da ancestralidade e a possibilidade de cura. “É rio que carrega cinzas, lágrima que rega a terra, maré que embala os afetos negados, mas jamais apagados. A água tensiona sem silenciar, cura sem apagar e dissolve para transformar”, complementa Gal Martins.

Assim como o amor negro, ela escorre entre as frestas da história para inundar o agora com potência de vida. “Carvão” é uma dança feita de cicatriz e fluxo, de resistência mineral e correnteza ancestral. É um espetáculo que afirma o direito inegociável ao afeto negro, reivindica a completude do amor como prática coletiva. Porque, como diz bell hooks, “o amor é a única prática que pode nos levar além do medo – e o amor negro, mesmo queimado, não se rende: acende, renasce e transborda”.

Carvão” foi indicado ao Prêmio APCA, do primeiro semestre, em duas categorias: melhor interpretação e melhor figurino. Além disso, também foi indicado ao Prêmio Arcanjo 2025 na categoria dança.

A circulação do espetáculo “Carvão”, da Cia. Sansacroma, faz parte do projeto Entre Laços e Lutas – Narrativas de Amor Negro, contemplado pela 5ª edição do Programa Municipal de Fomento à Cultura Negra para a cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa.

Diálogos

Após as apresentações no Centro Cultural São Paulo e na Fábrica de Cultura Jardim São Luís, a Cia. Sansacroma convida o público presente para um diálogo. Confira a seguir a programação:

Centro Cultural São Paulo

Domingo, dia 16/11, às 20h

O amor é diretor de quem? Colonialismo e a higienização dos afetos negros

Convidades: Andreone Medrado e Bruno Novais    

Mediação Sansa: Gal Martins                 

Fábrica de Cultura Jardim São Luís

Terça-feira, dia 18/11, às 20h

Sonoridades Afetivas: Reflexões sobre música e o amor negro

Convidados: Alexandre Barão e Aryani Marciano

Mediação Sansa: Dani Lova

Sobre a Cia. Sansacroma

Fundada em 2002 por Gal Martins, a Cia. Sansacroma é um grupo de dança contemporânea preta da cidade de São Paulo, reconhecido por sua atuação estética e política no cenário artístico nacional. A companhia desenvolve uma linguagem própria ancorada na Dança da Indignação, conceito criado por Gal, que transforma as indignações coletivas em cena e movimento a partir das poéticas do corpo negro e das vivências dissidentes. Com uma trajetória marcada pela crítica social e pela valorização das expressões periféricas, a Sansacroma é autora de obras como “Marchas”, “Sociedade dos Improdutivos” e “Vala: Corpos Negros e Sobrevidas”. Seus trabalhos renderam à companhia importantes reconhecimentos, como o Prêmio Denilto Gomes, Prêmio Governador do Estado e indicações e premiações da APCA. Além dos espetáculos, a companhia realiza o “Circuito Vozes do Corpo”, iniciativa que articula redes de intercâmbio e criação entre artistas engajados com uma dança crítica, afetiva e insurgente. 

Serviço

Carvão” – Cia. Sansacroma

Centro Cultural São Paulo

Datas: de 13 a 16 de novembro de 2025

Horários: quinta a sábado, às 20h | domingo, às 19h

Local: Centro Cultural São Paulo – Sala Jardel Filho | Rua Vergueiro, nº 1.000 – Liberdade – São Paulo/SP

Entrada gratuita

Classificação: 16 anos

Duração: 60 minutos

Fábrica de Cultura Jardim São Luís

Datas: 18 e 19 de novembro de 2025

Horários: terça, às 19h | quarta, às 15h

Local: Fábrica de Cultura Jardim São Luís | Rua Antônio Ramos Rosa, nº 651 – Jardim São Luís – São Paulo/SP

Entrada gratuita

Classificação: 16 anos

Duração: 60 minutos

Ficha Técnica

Direção Artística, Direção Coreográfica e Concepção do espetáculo: Gal Martins

Assistência de Direção: Paula Salles 

Intérpretes Criadores: Alma Luz Adélia, Bruno Novais, Lua Santana, Manuel Victor e Paula Salles

Direção e Performance Musical: Dani Lova

Preparação Corporal: Paula Salles e Gal Martins

Preparação Vocal: Klécio Miranda

Figurino e Visagismo: Gil Oliveira

Assistente de Figurino: Adélia Santos e Luamim Martins

Projeto e Operação de Luz: Renato Lopes

Cenografia: Caio Marinho

Cenotécnica: Katiana Aleixo

Assistente de Cenotécnica: Tadeu Paiva

Orientador de Pesquisa: Bruno Novais e Gal Martins

Direção de Produção: Vanessa Soares – Movimentar Produções

Assistentes de Produção: Dani Lova, Fábio Dias e Lucas Brandão

Designer Gráfico: Bruno Marcitelli

Fotografia: Inspiração 6

Redes Sociais: Rodrigo Alcântara – Dica Cultural

Assessoria de Imprensa: Marrese Assessoria

Terapeuta Convidada: Adriana Camilo

Agradecimentos: Fábrica de Cultura Jardim São Luís e Fábrica de Cultura Capão Redondo 

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Patrícia Marrese

Patrícia Marrese é formada em Relações Públicas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e certificada em Ballet Clássico. É mestre em Comunicação e Cultura pela Université Côte d’Azur, na França.