marrese assessoria

“Cartas para uma Jovem Gorda”, novo trabalho da Zona Agbara, estreia dentro da Estação São Bento do Metrô

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin

Grupo ocupa as ruas e entrega cartas escritas por mulheres gordas, negras e ativistas, repletas de palavras de cuidado, enfrentamento e amor radical

Cartas para uma Jovem Gorda, Zona Agbara. Crédito: Zona Agbara

Nos dias 27 e 28 de novembro, às 13h, a Zona Agbara, grupo artístico que aborda a violência contra corpos femininos negros e gordos, estreia seu novo trabalho “Cartas para uma Jovem Gorda” dentro da Estação São Bento do Metrô. Trata-se de uma instalação-performance que ocupa as ruas com gestos poéticos e insurgentes contra a gordofobia. A ação convida o público a partilhar um rito de afeto e resistência, em que intérpretes-criadoras entregam cartas escritas por mulheres gordas, negras e ativistas, repletas de palavras de cuidado, enfrentamento e amor radical.

Entre trios, duos e solos, corpos dançam como manifestos vivos, desafiando padrões estéticos ao resgatar a beleza como experiência plural e libertadora. Inspirada no poema “Eu-Mulher”, de Conceição Evaristo, a performance transforma o espaço urbano em território de cura, escuta e reexistência. 

A proposta nasce da urgência em revelar as cicatrizes invisíveis que a gordofobia institucionalizada inscreve nos corpos – uma violência cotidiana e estrutural que se disfarça como norma, mas rouba direitos elementares: saúde, mobilidade, pertencimento e dignidade. “Em uma sociedade que transforma corpos em mercadoria e define a magreza como símbolo de sucesso, o corpo gordo – sobretudo o corpo gordo e negro – é alvo de exclusão, assédio e precarização. E quando uma mulher gorda dança, ela reordena o espaço. Seu corpo não pede licença, ele funda outro modo de existir”, explica Gal Martins, diretora artística da Zona Agbara. 

Como denuncia Naomi Wolf em “O mito da beleza”, a ideologia estética tornou-se um eficiente dispositivo de controle social. Há nove anos, a Zona Agbara investiga e se contrapõe a esse mecanismo com a força da dança: revela a gordura e a pele negra como territórios de potência e invenção estética; é a dança que se escreve na pele e no chão, onde o corpo é pensamento, rito e revolta.

Durante as três horas que acontecem a performance – ou até que as 600 cartas de cada sessão se esgotem – intérpretes da Zona Agbara ocupam o espaço urbano com uma coreografia que mescla dança, presença e ocupação. “Cada carta que entregamos é também um espelho. Elas devolvem humanidade a quem tantas vezes foi reduzida a número, piada e rótulo. É sobre reconstruir a autoestima como ferramenta de liberdade”, pontua Suzana Araúja, que assina a provocação coreográfica. 

As cartas são escritas por artistas, pensadoras e ativistas gordas e negras, além de participantes dos laboratórios de criação, realizados no 5º Encontro Corpo Gordo na Cena, dirigido pelo grupo. São palavras que nascem de experiências reais, transformadas em conselhos, memórias e gestos de cuidado. Segundo Gal: “Cada entrega é um ato de cura e um convite à existência sem concessões. A rua se torna palco e território simbólico, instaurando uma dramaturgia do encontro, onde arte e vida se entrelaçam em um tempo dilatado de escuta e afeto. Cartas para uma Jovem Gorda é mais do que uma obra: é um dispositivo de cura, arquivo vivo e ritual de amor radical”.

Cartas para uma Jovem Gorda” faz parte do projeto Poéticas da Flacidez – Segundo Rito, contemplado pela 37° edição do Programa Municipal de Fomento à Dança – Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa.

Sobre a Zona Agbara

Zona Agbara é um coletivo artístico que afirma a visibilidade e a valorização da produção de mulheres pretas e gordas, tendo a dança como ferramenta central de transgressão e afirmação estética e social. O nome não é por acaso: AGBARA, em iorubá, significa potência e força: conceitos que sustentam e inspiram toda a nossa trajetória.

Serviço

Cartas para uma Jovem Gorda” – Zona Agbara

Datas: 27 e 28 de novembro de 2025

Horários: quinta e sexta, às 13h 

Local: Pátio São Bento – Praça da Colmeia | Largo São Bento, nº 109 – Centro Histórico de São Paulo – São Paulo/SP

Entrada gratuita

Classificação: 16 anos

Duração: 180 minutos

Ficha Técnica

Concepção e Provocação Coreográfica: Gal Martins

Provocação Coreográfica: Suzana Araúja

Intérpretes-Criadoras: Obanifé, Gi Ganju, Suzana Araúja, Gal Martins, Madu Alves, Rosângela Alves e Jessica do Carmo

Ambiência Sonora: Dani Lova

Texto: O elenco

Figurinos e Adereços: Alma Luz Adélia

Direção de Produção: Dani Lova

Assistente de Produção: Ana Paula Almeida

Operação de Som: Dani Lova

Fotografia: Lua Santana

Designer Gráfico: Bruno Marcitelli

Assessoria de Imprensa: Marrese Assessoria

Redes Sociais: Dica Cultural Plural

Apoio: Cooperativa Paulista de Dança 

Realização: Sesc Florêncio 

Agradecimentos: Fábrica de Cultura Capão Redondo e Baba Flávio Asé Olokun

Posts Relacionados

Quer ser notícia por aqui?

Receba as novidades do blog!

Patrícia Marrese

Patrícia Marrese é formada em Relações Públicas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e certificada em Ballet Clássico. É mestre em Comunicação e Cultura pela Université Côte d’Azur, na França.